Escritura do mês!

"E em todos os tempos e em todos os locais abrirá a boca e anunciará meu evangelho como com a voz de uma trombeta, tanto de dia como à noite. E dar-lhe-ei uma força que não é conhecida entre os homens." D&C 24:12

segunda-feira, 11 de maio de 2009

À Maneira do Senhor

Élder Stanley G. Ellis
Segundo Conselheiro na Presidência da Área Brasil (Abril/2009)

Uma das verdades mais importantes para um discípulo de Jesus Cristo é a que afirma que o Senhor tem a Sua maneira de fazer as coisas (ver Isaías 55:8–9), e que somos abençoados além das nossas expectativas e compreensão quando fazemos as coisas à maneira do Senhor.
Conforme ensinou o Presidente Hinckley, a maneira do Senhor de fazer as coisas é melhor do que qualquer dos métodos do mundo (ver Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, pp. 20–21), ou mesmo do que qualquer alternativa pessoal (ver I Coríntios 12:31). Quando decidimos fazer as coisas à maneira do Senhor, Ele nos ajuda a ter capacidade para realizar tudo o que for necessário (ver 1 Néfi 9:6).
Uma parte fundamental da maneira do Senhor é a autossuficiência espiritual e material. Sou responsável por prover o meu próprio sustento, o de minha esposa e filhos, e o de outros familiares, quando adequado, bem como por ser generoso com outras pessoas, quando necessário. Não é correto esperar que a comunidade, o estado, o país ou qualquer outra organização ou pessoa cuide de minhas necessidades ou responsabilidades (ver I Timóteo 5:8). E é mais incorreto ainda pensar que a Igreja cuidará ou deveria cuidar de mim ou dos meus. O Senhor ensinou ao Faraó e aos egípcios, por meio de José, que devemos, nos tempos de fartura, preparar-nos para os inevitáveis tempos de escassez (ver Gênesis 41:25–36). Se fizermos isso, sempre seremos autossuficientes.
Esse princípio se aplica à preparação para servir em uma missão. Em termos financeiros, como devemos sustentar-nos durante a missão? Um exemplo perfeito da aplicação desse princípio é a maneira do Senhor de financiar a missão. Cada Élder ou Síster deve pagar a própria missão (o custo atual é de R$500,00 mensais). Aqueles que nasceram na Igreja devem começar a economizar para a missão desde a infância, e os conversos devem fazê-lo desde o batismo. Os casais também devem começar a fazer isso o quanto antes. Os pais podem dar a cada filho ou filha, quando estes forem ainda bem novos, um cofrinho, a fim de ensinálos a economizar, orientando-os sobre a importância de se prepararem financeiramente para a missão. Esses ensinamentos podem ser enfatizados pelos líderes do sacerdócio e das auxiliares, que podem também tomar as devidas providências para ajudar aqueles cujos pais não sejam membros e os que se batizam com mais idade.
Em algumas situações, o missionário vai precisar de ajuda. É nessas situações que a família pode ajudar. Pais, irmãos e irmãs podem auxiliar, às vezes até conseguindo um segundo emprego para atender a essa necessidade. É claro que isso vai exigir um sacrifício considerável. Quando todos trabalhamos juntos para manter o “nosso” missionário, milagres acontecem. Isso acontece até mesmo com parentes que ainda não são membros da Igreja. Como diz um hino, “o sacrifício traz as bênçãos do céu”.
Às vezes, mesmo depois de o missionário e sua família terem feito todo o possível, pode ser que ainda não tenham o suficiente para custear toda a missão. Aí, então, os amigos e a ala podem ajudar. Sob a coordenação do bispo, esses outros recursos podem proporcionar os meios necessários para o fundo missionário da ala, completando o montante necessário para custear a missão.
É de extrema importância que todos os que se envolverem cumpram os compromissos de apoio financeiro assumidos. Seria muito triste se o missionário tivesse de retornar ao lar antecipadamente por não ter o necessário suporte financeiro.
A maneira de o Senhor fazer as coisas sempre requer uma prova de nossa fé. Não é fácil custear nossa própria missão à maneira do Senhor. Será necessário muito sacrifício — sacrifício benfazejo por uma causa digna. Poderá haver problemas — enfermidades inesperadas, perda de emprego, acidentes ou despesas não planejadas, ou mesmo o simples desânimo. Nessas situações, será preciso que exerçamos uma fé ainda maior. Suplique com humildade a ajuda e a orientação do Senhor para obter os milagres necessários. Guarde os mandamentos. Seja rigoroso no pagamento fiel do dízimo integral e faça uma generosa oferta de jejum. Estude as escrituras. Vá ao templo sempre que possível. Depois disso tudo, prossiga fazendo o melhor que puder para encontrar uma maneira de fazer as coisas darem certo, seguindo os sussurros do Espírito. O Senhor fará a parte Dele. Lembre-se do testemunho de Néfi: “E assim vemos que os mandamentos de Deus devem ser cumpridos. E se os filhos dos homens guardam os mandamentos de Deus, ele alimenta-os e fortaleceos e dá-lhes meios pelos quais poderão cumprir as coisas que lhes ordenou; portanto ele nos deu os meios de sobrevivermos enquanto permanecíamos no deserto” (1 Néfi 17:3; ver também 1 Néfi 17:1–3; 3–7).
Um Exemplo BrasileiroTemos aqui no Brasil um excelente exemplo do plano do Senhor, na vida da família Soares. Tanto o Presidente Ulisses Soares quanto sua esposa Rosana serviram como missionários de tempo integral. A missão de cada um deles foi paga de maneira diversa, porém ambos o fizeram à maneira do Senhor.
Os pais do Presidente Soares já eram membros quando ele foi batizado aos oito anos de idade. Em um maravilhoso exemplo de fidelidade, o bispo e os pais dele ensinaram-lhe a necessidade de economizar para a missão e o ajudaram, a partir dos onze anos de idade, a fazer depósitos mensais na poupança para a missão. Acompanharam com regularidade o seu progresso, com o bispo fazendo sua parte na entrevista semestral com o jovem Ulisses. À medida que ele crescia, sua capacidade de ganhar dinheiro aumentava, e os depósitos também aumentaram.
Quando faltavam dois anos para iniciar a missão, além de economizar, eles o incentivaram a começar a adquirir os itens necessários no campo missionário. Nos primeiros meses, ele comprou as malas, depois começou a comprar camisas, ternos, meias, etc., e guardou essas coisas nas malas. Dessa maneira, aos 19 anos de idade, ele estava pronto para servir em uma missão, tendo todos os recursos financeiros necessários, além dos itens da lista missionária — tudo pago com os próprios recursos.
A situação da irmã Rosana era diferente. Ela foi batizada aos 17 anos de idade. Os pais dela não eram membros e não queriam que ela fosse batizada na Igreja, embora lhe tenham, finalmente, dado a permissão. Eles categoricamente se opunham à ideia de ela servir em uma missão e se recusaram a ajudála. No caso dela, o bispo reconheceu uma necessidade real e conseguiu que três famílias da ala, que tinham recursos, se comprometessem a pagar a missão de uma jovem digna e desejosa de servir. Ela conseguiu, portanto, servir em uma missão com a ajuda da família da ala!
Em muitas situações, os pais serão capazes e terão o desejo de ajudar os filhos a pagar a missão. Mesmo assim, entretanto, a primeira responsabilidade é do jovem, como no caso do Élder Soares. A segunda responsabilidade é dos pais e da família. Se ainda faltarem recursos, a família da ala pode ajudar, como no caso da irmã Rosana Soares.
E o Fundo Missionário Geral da Igreja?O Fundo Missionário Geral existe para ajudar os missionários dignos que são realmente pobres. Ou seja, para aqueles que, depois de fazerem tudo o que for humanamente possível, conforme mencionado, ainda assim não conseguirem todos os recursos necessários para a missão. Um exemplo típico seriam os recém-conversos que não têm nenhum apoio da família. Esse fundo destina-se principalmente aos missionários de países onde a Igreja é nova e ainda não está bem consolidada. Isso dificilmente se aplicaria ao Brasil, a segunda nação da Igreja, onde temos estacas em todos os estados da União. Raramente seria adequada sua aplicação aqui no Brasil, que tem a economia mais forte da América Latina e uma das mais desenvolvidas do mundo. Neste país, somos capazes não só de nos sustentar, mas também de contribuir com recursos para ajudar os menos afortunados. Para alguns de nós, essa atitude é uma mudança em relação àquela a que estávamos acostumados. Porém, essa é a maneira do Senhor para pagarmos nossa missão.
Uma Multiplicidade de BênçãosSempre que exercemos fé e sabedoria para agir à maneira do Senhor, Ele derrama sobre nós uma multiplicidade de bênçãos (ver D&C 104:2). Muitas vezes somos abençoados além do que esperávamos, e muitas vezes nem percebemos.
Decidir pela autossuficiência nesse aspecto de nossa vida nos ajudará a criar o mesmo hábito em outras áreas. Os sacrifícios que fazemos para nos sustentar na missão ou para manter nossos familiares na missão trazem bênçãos incríveis para a vida de todos nós. O Senhor deseja nos abençoar muito mais do que às vezes permitimos.
Nossa fé aumentará. Essa fé repercutirá em todos os aspectos de nossa vida e de nosso serviço, tornando-nos melhores discípulos de Jesus Cristo. Muitas histórias das escrituras narram as bênçãos recebidas por aqueles que tiveram de se esforçar, como o povo de Alma (ver Mosias 23 e 24) e os filhos de Helamã (ver Alma 58:7–12).
Nosso testemunho se fortalecerá. Saberemos com certeza que esta é a obra do Senhor e que devemos executá-la à maneira do Senhor. Testifico que isso é verdade.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Fé para Remover Montanhas

Presidente Gordon B. Hinckley

Mais fé é o de que realmente precisamos. Sem ela, o trabalho estagnaria. Com ela, ninguém pode parar seu progresso.

Meus irmãos e irmãs, deixem-me começar tratando de um assunto pessoal.
O Presidente da Igreja pertence a toda a Igreja. Sua vida não é exclusivamente sua. Sua missão é a de servir.
Agora, como todos vocês sabem, estou um tanto quanto velho. Completei 96 anos em junho passado. Tenho ouvido de muitas fontes, que existe grande especulação quanto à minha saúde. Vamos esclarecer isso. Caso eu sobreviva mais alguns meses, serei o Presidente da Igreja mais velho dentre todos os outros que me antecederam. Não falo isso com empáfia, mas sim com gratidão. Em janeiro passado passei por uma cirurgia séria. Foi uma experiência terrível, particularmente para alguém que jamais fora internado em um hospital. Depois disso a pergunta era se eu deveria continuar o tratamento ou não. Resolvi fazê-lo. Meus médicos chamam o resultado de milagroso. Sei que os resultados positivos vieram de suas muitas orações por mim. Sou profundamente grato a vocês.
O Senhor permitiu que eu vivesse; não sei por quanto tempo. Mas seja o quanto for, continuarei a dar o melhor de mim nas tarefas que desempenho. Não é fácil presidir esta grande e complexa Igreja. Nada escapa à atenção da Primeira Presidência. Nenhuma decisão importante, nenhum dispêndio de fundos é feito sem sua aprovação. A responsabilidade e as pressões são enormes.
Mas iremos adiante por tanto tempo quanto o Senhor quiser. Como disse em abril passado, estamos em Suas mãos. Sinto-me bem, minha saúde é relativamente boa. Mas quando a hora chegar para um sucessor, a transição será serena e de acordo com a vontade Daquele a quem esta Igreja pertence. E assim, prosseguimos com fé — e fé é o tema que quero abordar nesta manhã.
Desde o início esta Igreja progride pela fé. A fé foi a força do Profeta Joseph.
Sou grato pela fé que o levou ao bosque para orar. Sou grato por sua fé para traduzir e publicar o Livro de Mórmon. Sou grato por ele ter procurado o Senhor em uma oração que foi respondida com a concessão do Sacerdócio Aarônico e do Sacerdócio de Melquisedeque. Sou grato porque pela fé, ele organizou a Igreja e colocou-a no curso correto. Agradeço a ele por ter dado a sua vida como testemunho da verdade de seu trabalho.
A fé foi também a força motriz por trás de Brigham Young. Reflito com freqüência na enorme fé que ele teve para trazer um número imenso de pessoas para povoar este Vale do Lago Salgado. Ele sabia bem pouco sobre a área. Jamais a havia visto, exceto em visão. Suponho que ele tenha estudado as parcas informações disponíveis, porém mal sabia algo a respeito do solo, da água ou do clima. E ainda assim, quando olhou para o vale, disse sem hesitação: “Este é o lugar certo, prossigam” (B. H. Roberts, A Comprehensive History of the Church, volume III, p. 224).
E o mesmo aconteceu com cada um dos Presidentes da Igreja. Em face à terrível oposição, eles seguiram em frente com fé. Quer fossem gafanhotos destruindo suas colheitas. Quer fosse a seca ou a geada na primavera. Quer fosse a perseguição do governo federal. Ou, mais recentemente, quer fosse a necessidade urgente de estender ajuda humanitária às vítimas do tsunami, ou de terremotos ou inundações em muitos lugares diferentes, o progresso tem sido o mesmo. As prateleiras do bem-estar têm sido esvaziadas. Dinheiro vivo aos milhões tem sido enviado aos necessitados, independente de serem ou não membros da Igreja — tudo pela fé.
Este é um ano importante de aniversário na história desta Igreja, como todos sabem. É o sesquicentenário da chegada das companhias Willie e Martin de carrinhos de mão e das companhias de carroções de Hunt e Hodgett que os acompanharam.
Muito foi escrito no que se refere a isso, e eu não preciso entrar em detalhes. Todos vocês estão familiarizados com a história. É o suficiente dizer que aqueles que empreenderam a longa jornada desde as Ilhas Britânicas até o vale do grande Lago Salgado começaram sua viagem pela fé. Eles tinham pouco ou nenhum conhecimento do que enfrentariam. Mas foram em frente. Iniciaram sua jornada com grande expectativa. Essa expectativa diminuiu gradualmente à medida que rumavam para o oeste. Ao começarem a tediosa jornada seguindo o rio Platte e depois ao subirem o vale do Sweetwater, a fria mão da morte levou muitos deles. Seu alimento foi racionado; os bois morreram; seus carrinhos quebraram; tinham trajes e roupas de cama inadequados. As tempestades vinham furiosas. Eles buscavam abrigo, mas nada encontravam. As tempestades rugiam a seu redor. Eles literalmente morriam de fome. Dezenas morriam e eram enterrados no solo congelado.
Felizmente, encontraram-se com Franklin D. Richards que retornava da Inglaterra. Ele tinha um transporte leve, puxado a cavalos, capaz de viajar muito mais rápido. Ele chegou neste vale. Era esta mesma época do ano. A conferência geral estava em sessão. Quando Brigham Young recebeu a notícia, colocou-se imediatamente diante da congregação e disse:
“Darei agora o assunto e o texto para os élderes que vão falar hoje e durante a conferência, neste quinto dia de outubro de 1856, muitos de nossos irmãos e irmãs estão nas planícies puxando carrinhos de mão, e provavelmente muitos estão a 1.125 quilômetros daqui. Eles precisam ser trazidos para cá, temos de enviar-lhes ajuda. O texto será — ‘tragam-nos para cá’. Quero que os irmãos que vão falar entendam que seu assunto é o povo que está nas planícies, e o assunto importante para esta comunidade é mandar buscá-los e trazê-los antes que o inverno fique forte demais (…)
Conclamo os bispos no dia de hoje. Não esperarei até amanhã nem até o dia seguinte para reunir 60 boas mulas e 12 ou 15 carroções. Não quero mandar bois. Quero bons cavalos e boas mulas. Eles existem neste território, e precisamos reuni-los. Também 12 toneladas de farinha e 40 bons cocheiros (…) 60 ou 65 boas parelhas de mulas ou cavalos, com arreios. (…)
Declaro a todos,” disse ele, “que sua fé, religião e consagração à religião, jamais salvarão sequer uma alma no reino celestial de nosso Deus, a menos que possam cumprir da mesma maneira os princípios que lhes estou ensinando agora. Vão e tragam as pessoas que estão nas planícies e cuidem estritamente das coisas que chamamos de temporais ou deveres temporais, de outro modo sua fé será em vão; a pregação que ouviram terá sido em vão e vocês afundarão no inferno, a menos que cuidem das coisas de que lhes falei” (Deseret News, 15 de outubro de 1856, p. 252).
Imediatamente cavalos, mulas e carroções resistentes foram oferecidos. Trouxeram farinha em abundância. Trajes quentes e roupas de cama foram rapidamente reunidos. Em um ou dois dias os carroções dirigiram-se para o leste pela neve.
Quando a equipe de resgate alcançou os santos sitiados, eles foram como anjos do céu. Derramaram lágrimas de gratidão. As pessoas dos carrinhos de mão foram transferidas para os carroções, para viajarem mais rapidamente até a comunidade de Salt Lake.
Cerca de duzentos morreram, mas mil foram salvos.
Entre os que enfrentaram essas horrendas circunstâncias nas planícies estava a bisavó de minha esposa. Ela fazia parte da companhia Hunt de carroções.
Hoje, o túmulo de minha esposa no Cemitério de Salt Lake City tem vista para o túmulo de sua bisavó, Mary Penfold Goble, que morreu nos braços da filha ao entrar neste vale em 11 de dezembro de 1856. Ela foi enterrada no dia seguinte. Perdera três de seus filhos durante aquela longa jornada. Os pés de uma das filhas que sobreviveu estavam seriamente congelados.
Que história é essa! Cheia de sofrimento, fome, frio e morte. Repleta de relatos de rios congelados que tinham que ser penosamente atravessados, de tempestades de neve uivantes, da longa e lenta subida de Rocky Ridge. Com o passar deste ano de aniversário, isso poderá ser esquecido. Mas espera-se que seja citado com freqüência para lembrar às gerações futuras do sofrimento e da fé daqueles que nos precederam. Sua fé é nosso legado. Sua fé é um lembrete para nós do preço que eles pagaram pelo conforto que desfrutamos.
Mas a fé não é demonstrada apenas nos grandes acontecimentos heróicos, tais como a vinda dos pioneiros dos carrinhos de mão. Ela é também demonstrada em eventos pequenos, porém significativos. Deixem-me narrar-lhes um deles.
Quando o Templo de Manti Utah estava em construção, há cerca de 120 anos, George Paxman trabalhava como um carpinteiro que fazia os acabamentos. Ele e a jovem esposa Martha tinham um filho e esperavam outro.
Enquanto levantava uma das pesadas portas na parte leste do templo, George teve uma hérnia estrangulada. Sentia dores terríveis. Marta deitou-o em um carroção e levou-o até a cidade de Nephi, onde o colocou no trem e levou-o até Provo. Lá ele faleceu. Recusando-se a se casar novamente, ela ficou viúva por 62 anos, sustentando-se com o trabalho de bordadeira.
Agora deixem que me desvie dessa narrativa para contar que, quando eu estava noivo de minha esposa, dei-lhe um anel. Quando nos casamos, dei-lhe uma aliança. Ela usou-os durante anos. Então um dia notei que ela os havia tirado e estava usando uma pequena aliança de ouro que pertencera à avó. O anel havia sido dado por seu marido, George, que mais tarde falecera devido ao ferimento que descrevi. O único bem que deixara nesta vida. Certo dia de primavera, Martha fazia uma limpeza. Ela tirou toda a mobília da casa para limpar tudo. Ao afofar a palha do colchão, olhou para a mão e a aliança não estava mais no dedo. Procurou-a cuidadosamente em todos os lugares. Era a única lembrança material de seu marido amado. Ela revolveu toda a palha com os dedos, mas não conseguiu encontrá-la. Lágrimas escorriam-lhe pelo rosto. Ela ajoelhou-se e orou com toda convicção para que o Senhor a ajudasse a encontra-la. Quando abriu os olhos, olhou para o chão e lá estava a aliança.
Estou com ela agora em minha mão. É muito pequena para que todos vocês a vejam. É de ouro 18 quilates, velha, arranhada e amassada. Mas representa fé, a fé possuída por uma viúva que rogou ao Senhor em seu momento crítico. Tal fé é a fonte da atividade. É a raiz da esperança e da confiança. É esse tipo de fé simples que todos nós tanto precisamos.
No trabalho contínuo desta grande causa, mais fé é o de que realmente precisamos. Sem ela, o trabalho estagnaria. Com ela, ninguém pode parar seu progresso.
Disse o Salvador: “(…) se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível” (Mateus 17:20).
A seu filho Helamã, Alma declarou: “Prega-lhes arrependimento e fé no Senhor Jesus Cristo; ensina-os a humilharem-se, a serem mansos e humildes de coração; ensina-os a resistirem a todas as tentações do diabo com sua fé no Senhor Jesus Cristo” (Alma 37:33).
Que o Senhor nos abençoe com fé na grande causa da qual fazemos parte. Que a fé seja como uma vela para guiar-nos à noite com sua luz. Que ela siga diante de nós como uma nuvem para guiar-nos durante o dia.
Por isso oro humildemente, no sagrado e santo nome Daquele que é a força de nossa fé, o Senhor Jesus Cristo. Amém.

O Poder da Paciência

Élder Robert C. Oaks Da Presidência dos Setenta

A paciência pode ser considerada uma virtude catalisadora que contribui para o desenvolvimento e fortalecimento das virtudes correlatas do perdão, da tolerância e da fé.

Quão grato sou pelas escrituras modernas que falam das virtudes cristãs essenciais!
O Livro de Mórmon dá-nos uma visão clara da relação que existe entre a paciência e a caridade. Depois de salientar que se o homem “não tem caridade, nada é; portanto ele precisa ter caridade”, Mórmon prossegue relacionando os treze elementos da caridade, ou puro amor de Cristo. Considero muito interessante que quatro dos treze elementos dessa virtude que o homem precisa ter estejam relacionados com a paciência (ver Morôni 7:44–45).
Primeiro, “a caridade é sofredora”. Isso tem tudo a ver com paciência. “A caridade não se irrita facilmente” é outro aspecto dessa qualidade, assim como “a caridade tudo sofre”. E, por fim, a caridade “tudo suporta” sem dúvida é uma manifestação de paciência (Morôni 7:45). Considerando-se esses elementos definidores, fica evidente que se a paciência não adorna a nossa alma, estamos bem longe de ter um caráter semelhante ao de Cristo.
Na Bíblia, Jó é o exemplo clássico da paciência. Tendo perdido seu vasto império, inclusive seus filhos, Jó foi capaz de proclamar, graças à sua fé inabalável: “O Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor”. Durante todas as suas tribulações e sofrimentos, “Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1:21–22).
Quantas vezes ouvimos os aflitos perguntarem insensatamente: “Como pôde Deus fazer isso comigo?”, quando na verdade deveriam orar pedindo forças para “sofrer” e “suportar todas as coisas”.
Os maiores exemplos de paciência encontrados nas escrituras vêm da vida de Jesus Cristo. Mas o melhor exemplo de Sua paciência e resignação está naquela noite excruciante no Getsêmani em que Ele proferiu, na agonia da Expiação: “(…) Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mateus 26:39).

Já que a impaciência é algo tão natural, como é que desenvolvemos a virtude divina da paciência? Como deixamos de ser o homem natural e passamos a seguir o exemplo de paciência que é Jesus Cristo?
Primeiro, precisamos compreender que isso é necessário, se desejarmos desfrutar plenamente as bênçãos do evangelho restaurado. Esse entendimento nos motiva a:
1. Ler cada escritura indicada no verbete “paciência” do Guia para Estudo das Escrituras e, depois, ponderar os exemplos de paciência deixados por Cristo.
2. Avaliar-nos para determinar onde estamos na escala da paciência. Quanta paciência ainda temos que desenvolver para nos tornarmos mais semelhantes a Cristo? Fazer essa auto-avaliação é difícil. Poderíamos pedir a nosso cônjuge ou a outro membro da família que nos ajude.
3. Tornar-nos mais sensíveis aos exemplos de paciência e impaciência que acontecem à nossa volta todos os dias. Devemos esforçar-nos para imitar as pessoas que consideramos pacientes.
4. Renovar a cada dia o compromisso de tornar-nos mais pacientes e não deixar de envolver a pessoa da família que escolhemos para o nosso projeto de paciência.
Parece que tudo isso dá muito trabalho, mas para alcançar qualquer objetivo que valha a pena é preciso trabalho árduo. E sobrepujar o homem natural e esforçar-nos para tornar-nos mais semelhantes a Cristo em nossa paciência é um objetivo muito bom. Oro para que trilhemos esse caminho com diligência e dedicação.
Testifico que Jesus é o Cristo e que Ele dirige esta Igreja, que nos guia por meio de um profeta vivo e nos abençoa em todos os nossos esforços para tornar-nos mais semelhantes a Ele. Presto testemunho disso no sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

UMA GRANDE LIÇÃO DE AMOR E SOLIDARIEDADE

"Há alguns anos, nas Olimpíadas Especiais de Seattle, nove participantes, todos portadores de deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida dos 100m rasos. Ao sinal, todos partiram com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e vencer. Mas uma das garotas tropeçou, caiu e começou a chorar. As outras oito ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então, se viraram e voltaram. Todas elas. Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo na menina e disse: "Pronto, agora vai sarar!". E todas as nove competidoras deram os braços e andaram juntos, até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram vários minutos.Os atletas eram portadores de deficiência mental, mas com certeza, não eram deficientes em seus espíritos. Lá no fundo, todos nós sabemos que o importante nesta vida, mais do que ganhar sozinho, é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos."

Nosso Salvador

Jesus Cristo é o Filho de Deus. Ele é o Filho Unigênito do Pai Celestial na carne. É o nosso Redentor. Por intermédio de Jesus Cristo, o Pai Celestial proporcionou-nos um meio pelo qual todas as pessoas podem tornar-se como Ele e voltar a viver com Ele para sempre.
Nós amamos a Cristo. Adoramos a Cristo. Ele é o nosso exemplo e o nosso Salvador.
Quando Jesus viveu sobre a Terra (há aproximadamente 2.000 anos), Sua vida foi perfeita. Ele ensinou por palavra e exemplo que as pessoas devem viver cheias de amor a Deus e ao próximo.
Por intermédio de Seu sofrimento no Jardim do Getsêmani e do sacrifício de Sua vida na cruz, ou seja, por meio da Expiação, Jesus Cristo salva-nos de nossos pecados (I Pedro 2:21); contanto que O sigamos. Graças à Expiação, podemos ser perdoados de nossos pecados se nos arrependermos sinceramente (Livro de Mórmon, Mosias 26:30).
Por meio de Sua Ressurreição, Jesus Cristo salvou-nos da morte. Graças a Ele ter vencido a morte, nós receberemos a dádiva da ressurreição (Atos 24:15; I Coríntios 15:22). Quando a vida nesta Terra terminar, Jesus Cristo será o Juiz Supremo. (Atos 17:31; João 5:21-22; Atos 10:42)

Musicas

Filhos de um Rei soprano.mp3 - Soprano a partir do compasso 33
Guardioes de sua luz baixo.mp3 - Baixo + acompanhamento
Guardioes de sua luz tenor.mp3 - Tenor + acompanhamento
Guardioes de sua luz contralto.mp3 - Contralto + acompanhamento
Guardioes de sua luz soprano.mp3 - Soprano + acompanhamento
04 Ao teu lado estará.mp3 - Gravação original em inglês
05 Guardiões de Sua Luz.mp3 - Gravação original em inglês
03 Vem Brilhar.mp3 - Gravação original em inglês
02 Sim, eu tenho fé.mp3 - Gravação original em inglês
01 Filhos de um Rei.mp3 - Gravação original em inglês
Filhos de um Rei contralto1.mp3 - Contralto 1 a partir do compasso 33
Filhos de um Rei contralto2.mp3 - Contralto 2 a partir do compasso 33
Guardioes soprano.mp3 - Gravação em português da voz separada
contralto.mp3 - Gravação em português da voz separada
contralto 2.mp3 - Gravação em português da voz separada
Guardioes de Sua luz.mp3 - Gravação em português
Filhos_de_um_Rei.mp3 - Gravação em português
Sim, eu tenho fé.mp3 - Gravação em português
Vem brilhar.mp3 - Gravação em português
Ao teu lado estará.mp3 - Gravação em português

Propósito da Vida

Alguma vez você já pensou que a vida não pode ser simplesmente viver um dia após o outro? A vida é mais do que isso; muito mais! A sua vida tem um propósito divino.
Deus, o seu Pai Celestial, preparou um plano maravilhoso para que você seja feliz. Quando nos damos conta de que Deus tem um plano para nós, fica mais fácil de entender o motivo de estarmos nesta Terra.
Deus quer que todos os filhos progridam e se tornem mais semelhantes a Ele. O tempo que passamos na Terra dá-nos a oportunidade de desenvolver-nos e progredir. Estar aqui permite que você: Receba um corpo físico. Utilize o arbítrio para escolher entre o bem e o mal. Aprenda e ganhe a experiência que o ajudará a tornar-se mais semelhante ao seu Pai Celestial. Se você seguir o plano de nosso Pai Celestial, poderá voltar a viver com Ele e com os seus entes queridos (e o mesmo acontecerá com todos os filhos do Pai); você terá mais paz nesta vida e alegria eterna na vida futura.